CVC Turismo é vendida para os americanos

quinta-feira, fevereiro 18, 2010 Jony Lan 0 Comments

Fundador da CVC vende 63,6% da empresa, mas seguirá na presidência do conselho

A empresa americana de private equity The Carlyle Group anunciou, (7/1/10), que comprou 63,6% da CVC Turismo, maior operadora de viagens da América Latina. O negócio foi antecipado pelo blog Direto do Pregão, de EXAME, no início de dezembro. Dias depois, EXAME também apurou que a transação já havia sido fechada, mas que só seria divulgada quando houvesse a liquidação financeira – isto é, o depósito do dinheiro na conta de Guilherme Paulus, o fundador da CVC. No comunicado de hoje, o Carlyle admite que o acordo já estava, de fato, fechado desde dezembro. O valor do negócio não foi divulgado, mas o mercado avalia que a cifra poderia alcançar 250 milhões de dólares.

Apesar de se tornar minoritário, Paulus continuará como presidente do conselho de administração da operadora. A venda envolve apenas a operadora de viagens, incluindo os cruzeiros marítimos. As demais empresas de Paulus – a companhia aérea Webjet e a GJP Hotéis e Resorts – ficaram de fora do acordo. Segundo a nota à imprensa, o capital necessário para a compra veio dos fundos Carlyle Partners V – o principal fundo do grupo, com patrimônio de 13,7 bilhões de dólares – e Carlyle South America Buyout Fund I.

O Carlyle negociava a compra da CVC há cerca de dois anos. Para o fundo americano, há vários motivos para a aquisição. A CVC é a maior operadora de turismo do Brasil em número de fretamentos aéreos – 5.400 voos charters em 2008. Possui 400 lojas e 8.000 agências de viagens credenciadas pelo país, e opera viagens para mais de 80 destinos nacionais e no exterior. A companhia encerrou o ano com mais de 2 milhões de passageiros transportados, ante 1,7 milhão do ano passado. O Carlyle também já possui experiência no setor, pois controla a Orizonia, maior operadora de turismo da Espanha.

O mercado de turismo no Brasil está precisando de novas empresas, novas cabeças e novas alianças para tornar o negócio de turismo mais ativo e no mínimo, mais estruturado do que nossos países vizinhos, principalmente para os estrangeiros. A falta de placas e sinalização é um reflexo de que o Brasil e suas principais capitais estão longe de chegarem a exemplo de países Europeus e mesmo em países da América Latina. Espero que até a copa, muita coisa já tenha mudado. Mas será que é necessário esperar um evento que dura 1 mês para mudar tudo? Por que o próprio setor de turismo não ajuda a promover essas pequenas mudanças?

Abs,

Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: Exame

Conteúdo relacionado