'Ricardo Eletro' compra a City Lar e marca presença no Centro-Oeste

quarta-feira, junho 23, 2010 Jony Lan 0 Comments

A holding Máquina de Vendas, formada pela união das varejistas Insinuante e Ricardo Eletro, firmou um acordo de fusão com a rede de eletrodomésticos City Lar, da região Centro-Oeste, que também tem forte presença no Norte e Nordeste do país.

O acordo anunciado nesta quarta-feira acontece cerca de três meses após a mineira Ricardo Eletro se unir à baiana Insinuante, dando origem à segunda maior varejista de móveis e eletrodomésticos do país, com faturamento anual de cerca de 5 bilhões de reais.

A fusão anunciada em 29 de março foi motivada, principalmente, pela compra da Casas Bahia e do Ponto Frio pelo grupo Pão de Açúcar, afirmou o presidente e fundador da Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, na ocasião.

"A fusão entre Casas Bahia e Pão de Açúcar criou uma oportunidade de negócios interessante. Seguir o modelo do que foi feito era a única forma de manter nosso sonho", disse Nunes, sinalizando que outras aquisições estariam nos planos do grupo.
Em quatro anos, a Máquina de Vendas tem como meta dobrar de tamanho, alcançando vendas de 10 bilhões de reais e ampliando o total de lojas de 528 unidades para 1 mil.

Fundada em 1979, no Mato Grosso, a rede City Lar - considerada a maior varejista na região centro-norte do país - está presente em 14 Estados atualmente. Se consideradas as lojas Gabryella, rede maranhense incorporada ao grupo em 2008, a empresa conta com cerca de 170 lojas e 5.500 funcionários.

As lojas da City Lar devem ser incorporadas às operações da Insinuante, predominantes nas regiões Norte e Nordeste, considerando que a bandeira Ricardo Eletro ficará concentrada no Centro-Oeste e Sudeste do país, conforme anunciaram os presidentes das empresas na ocasião da fusão.

A Ricardo Eletro - fundada em 1989 - tem 268 lojas em Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro e interior de São Paulo. A Insinuante, por sua vez, iniciou as operações em 1959 e está presente com 260 lojas em Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Minha análise
A Ricardo Eletro deixou de ser só uma rede de lojas para se transformar em um negócio de varejo de móveis e eletro-eletrônicos. O que isso significa? Que em vez de ficar só vendendo produtos a preços baixos, ela irá crescer para os lados. Significa que depois do Nordeste, MG e Centro Oeste, falta entrar no Sudeste, Sul e Norte. A estratégica fica mais clara, expansão regional com o mesmo target: redes de lojas do mesmo segmento de produtos e que atua com o mesmo target de clientes, classe C para baixo.

Quais os próximos passos? Mais fusões e aquisições para expandir geograficamente a atuação no Brasil. E depois? Fazendo bem a lição de casa, dá para pensar em atuar em outros países com o mesmo cenário. Um bom comprador de marcas mundiais no mundo eletro-eletrônico consegue muitas vantagens quando se expande.

Abs,

Jony Lan
Mestre em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: Exame

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