Estratégia de expansão: Ri Happy investir em franquias

sábado, agosto 21, 2010 Jony Lan 0 Comments

O mercado de brinquedos pretende faturar este R$ 3 bilhões, e a líder no segmento de venda desses produtos, a brasileira Ri Happy, com 97 lojas no País, prevê movimentar este ano R$ 600 milhões, além de entrar oficialmente no setor de franquias. No ano passado, a marca obteve um faturamento de R$ 543 milhões. "A franquia é um projeto novo. Realizamos a primeira experiência no final do ano passado. A primeira foi aberta em Itu, interior de São Paulo", explicou o diretor comercial Ricardo Sayon, fundador da empresa.

A marca tem planos de expandir e deve abrir mais cinco lojas até o fim do ano, e prevê também a abertura de mais duas franquias no interior de São Paulo. Segundo Sayon, este segmento de atuação deve enfocar apenas as cidades com menos de 200 mil habitantes. "A loja franqueada tem a obrigação de ser igual a uma loja própria. Temos uma preocupação muito grande com a marca", enfatizou o diretor comercial.

Neste semestre, a líder do mercado começou a atuar em um novo estado: Tocantins. Os outros pontos-de-venda estarão localizados em Belo Horizonte, São Gonçalo (RJ), Maringá e São Vicente (SP). A rede também prevê ampliação das lojas no Shopping Iguatemi paulistano e no Iguatemi de Fortaleza (CE). Segundo o porta-voz, será feita uma repaginação em todo layout dos pontos. Ele comenta a importância do nordeste: "Estamos na Bahia, em Alagoas, no Rio Grande do Norte. Norte e nordeste é para onde aponta o crescimento deste país. Mas não podemos esquecer do Rio de Janeiro, por conta de dois eventos mundiais: a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O Brasil como um todo vem crescendo muito", enfatizou o diretor.

A Ri Happy está presente também no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, mas Sayon afirma que apesar disso o eixo Rio de Janeiro e São Paulo hoje representa 60% do faturamento da empresa. Para ele, porém, ainda não é o momento para internacionalizar os negócios.

Por outro lado, há chances de de atuar na Bolsa de Valores. "Somos uma empresa de vanguarda: começamos com capital próprio e atualmente somos apenas dois sócios. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma possibilidade sem data. Às vezes somos assediados por bancos e fundos de investimentos", explicou. Apesar do assédio, a recíproca não é verdadeira, já que a Ri Happy não deve ir às compras este ano porque não tem interesse por aquisições e também não acredita que hoje haja alguém no mercado para comprá-la.

Com tíquete médio de R$ 70 e 2 mil funcionários, a rede afirma que o Natal representa 30% do faturamento anual, e o Dia da Criança, 15% do ano todo. Hoje, a loja tem um cartão private label em parceria com o Banco do Brasil, porém no momento não está fazendo mais cartões, pois está passando por uma reestruturação, e mantém a meta de voltar com o trabalho com cartão próprio no próximo ano. "Hoje qualquer cartão de crédito tem vantagens em nossas lojas, mas quem tem o cartão próprio tem um pouco mais", brinca Sayon.

O comércio eletrônico (e-commerce) hoje representa 2% do faturamento, e é mais utilizado para apresentar as novidades das lojas. "Brinquedo é algo emocional, é muito complicado comprá-lo pela internet; mesmo assim temos boa aceitação no mercado." A operação na internet começou em 1997.


Como tudo começou

"A Ri Happy foi um acidente bem-sucedido", brincou o fundador, Sayon. O nome da marca foi criado pela esposa, para homenagear o marido. O Ri é de Ricardo e o Happy significa feliz, em inglês. Isso aconteceu 22 anos atrás. Em 1988, o pediatra doutor Ricardo Sayon "deixa de exercer a profissão" para fundar uma loja de brinquedos: a Ri Happy.

Depois de um começo quase amador, o negócio deu certo e passados 4 anos a rede já tinha 15 lojas. Era preciso, porém, adaptar-se às exigências do mercado. Criar um diferencial, já que os nomes dos concorrentes eram muito fortes. A primeira iniciativa foi a criação de um personagem com forte identificação junto às crianças. Foi assim que nasceu o Solzinho. As lojas passaram por uma verdadeira transformação: decoração temática, espaços dedicados a brincadeiras e ações lúdicas para as crianças.

Hoje a Ri Happy é líder no varejo especializado em brinquedos, com 97 lojas, em 16 estados e um mix de 8 mil produtos. Outro diferencial é que o fundador da loja considera a marca uma prestadora de serviços antes de ser uma varejista, pois os funcionários são treinados para atender os cliente priorizando o bem-estar da criança e a segurança antes de qualquer coisa.

"Os vendedores são chamados de prestadores de serviços, pois a minha intenção não é vender o brinquedo mais caro, mas o que melhor se adapta para aquela família", contou. A rede de lojas da Ri Happy afirma ter consciência do seu papel social, e faz questão de incentivar sua equipe a também ser assim. Além de pôr em prática diversas campanhas para arrecadar renda para instituições como Casa Hope, Fundação Dorina Nowill, Fundação Gol de Letra, GACC (Hospital para Crianças com Câncer), todo ano a empresa engaja seus funcionários em campanhas de marketing. "Neste ano arrecadamos aproximadamente R$ 150 mil para compra de duas casas para as vítimas das enchentes do Rio de Janeiro."De acordo com informações da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), o mercado movimentou no Brasil, no ano passado, cerca de R$ 2,5 bilhões. O Dia das Crianças representa 65% do faturamento do ano. Este ano deve crescer em vendas 10 % em relação ao ano passado.

Abs,

Jony Lan 
Consultor em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: DCI

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