Estratégia | TGI Friday’s prepara sua volta ao Brasil depois de sair à francesa

sexta-feira, janeiro 28, 2011 Jony Lan 0 Comments

O custo de sair e voltar poderia ser minimizado com um plano B.

Para os fãs da rede americana TGI Friday’s deve ter sido uma surpresa nada agradável notar que todos os restaurantes brasileiros haviam sido fechados. A saída à francesa da rede aconteceu em novembro do ano passado e foi causada por problemas com a parceria local. “Nós rompemos uma relação de muito tempo com o parceiro brasileiro de forma muito amigável”, diz Amir Kremer, diretor de desenvolvimento da rede para a América Latina.

Em entrevista exclusiva a EXAME.com, Kremer afirmou que, apesar de rentáveis, as unidades brasileiras não estavam à altura das expectativas da rede. “Decidimos fechar as lojas para focar em uma nova estratégia no mercado brasileiro”, conta. A distância entre as unidades foi um dos motivos que fez com que a rede revisse a operação brasileira. No país desde 1995, o Friday’s chegou a ter unidades em cinco cidades, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Rio de Janeiro e São Paulo.

Os novos planos incluem encontrar um parceiro que seja “empreendedor, forte e tenha uma boa rede de contatos”. Para ajudar na tarefa, o TGI Friday’s está contando com o apoio do Consulado dos Estados Unidos no Brasil. “Estamos conversando com grandes grupos varejistas e da área de alimentação e a receptividade tem sido muito boa”, afirma Paulo Rodrigues, especialista de desenvolvimento e negócios do escritório comercial do consulado.

Com um novo parceiro que concorde em entrar em uma joint-venture, a rede pretende voltar às atividades com foco no estado de São Paulo. “O Brasil é um importante mercado para nós e não está nos planos ficar fora desse país. Mas desta vez vamos começar com lojas em São Paulo e no futuro, no Rio de Janeiro”, explica Kremer, que foi responsável também pela vinda do Applebee’s para o país, em 2004.

A prospecção de um novo investidor deve tomar os próximos seis meses, pelo menos. “Queremos ter certeza que encontramos um parceiro adequado”, diz Kremer. “Vamos realizar encontros com interessados a partir de fevereiro”, acrescenta Rodrigues. A meta da rede é investir na abertura de dez a doze restaurantes nos próximos cinco anos. Cada unidade custará entre US$ 700 mil e US$ 1,5 milhão.

No mundo a rede construiu quase mil restaurantes nos 46 anos de atuação. Fora do território americano são 340 lojas, em 60 países, a maioria operada por meio de franquias. No ano passado, segundo as contas da empresa, foram servidos mais de 190 milhões de clientes no mundo, que devem ter consumido mais de 4 milhões de quilos de hambúrguer, carro-chefe da rede. Além do Brasil, a rede busca parceiros em outros treze países, como China, Tailândia, Dinamarca, Portugal e França.

O "problema" inicial de voltar é arrumar novos pontos de venda numa economia aquecida como o Brasil.


Abs,

Jony Lan Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: Exame

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