Estratégia de exppansão por aquisição | Magazine Luiza fica com o Baú da Felicidade por R$ 83 milhões

quinta-feira, junho 16, 2011 Jony Lan 0 Comments

Barato? Quem sabe o Silvio Santos não atrelou um contrato de publicidade no SBT? No longo prazo, o ganho pode ser maior.

O grupo Magazine Luiza comprará as lojas do Baú da Felicidade, do grupo Sílvio Santos. O anúncio foi feito em 13/06/2011 em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O acordo prevê a aquisição das 121 lojas localizadas no Paraná, São Paulo e Minas Gerais, por R$ 83 milhões, quantia que será paga quando for concretizada a operação, prevista para 31 de julho. Foram incluídos no negócio escritórios, centros de distribuição, sistemas de informática e até a base de clientes do Baú.

Entre os especialistas, a tacada do grupo presidido por Luiza Trajano, que faturou R$ 5,3 bilhões no ano passado, é vista como mais um passo no forte processo de consolidação do varejo brasileiro, movimento que desafia o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Eles alegam que, com o surgimento de grandes companhias no setor — liderado pelo Pão de Açúcar, dono do Ponto Frio e das Casas Bahia —, só restam duas saídas para os que querem se manter vivos: arrematar os concorrentes menores ou fechar as portas. O grande temor dos órgãos reguladores, porém, é de que, com o mercado altamente concentrado, os consumidores fiquem sem opção e sejam submetidos a preços abusivos.

Firma de Luiza Trajano captou R$ 886 milhões na bolsa de valores para investir na compra de concorrentes
A operação anunciada ontem foi marcante às duas varejistas. Para o Grupo Sílvio Santos, a venda do Baú da Felicidade representa a primeira negociação de ativos após a quebra do Banco PanAmericano, no ano passado. O grupo já declarou que focará suas ações em três áreas: consumo (com os cosméticos da marca Jequiti), comunicação (apoiado no Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT) e capitalização (por meio da Liderança Capitalização, que promove a venda e os sorteio da Tele Sena).

Já para a Magazine Luiza, a compra representa a primeira ação voltada à expansão dos negócios depois da sua abertura de capital nas bolsas de valores, em abril, que rendeu R$ 886,3 milhões. Atualmente, a companhia é a terceira maior varejista do país, atrás do líder Pão de Açúcar e da Máquina de Vendas (resultado da fusão dos grupos Insinuante e Ricardo Eletro). Analistas avaliam que, com a aquisição do Baú da Felicidade, os resultados da Magazine Luiza fiquem praticamente empatadas com o segunda maior rede, tanto no número de lojas quanto no faturamento anual.

Alta de 0,87%Para os especialistas, a divulgação da compra é apenas mais um capítulo na transformação do setor varejista nacional. “Essa é uma compra importante, mas precisa ser analisada dentro de um contexto maior, que é esta onda de aquisições no segmento varejista. É um movimento interessante e natural de concentração, em um mercado de disputa acirrada entre as empresas”, disse Olavo Furtado, coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan Escola de Negócios.

Após o anúncio da compra do Baú, os investidores ficaram animados e movimentaram as ações da Magazine Luiza na Bolsa de Valores de São Paulo. Os papéis da empresa chegaram a registrar alta de 3,27%, mas perderam força no fim do dia, registrando variação positiva de 0,87%.

Crescimento aceleradoAs lojas do Baú da Felicidade representam a 13ª aquisição da história do Magazine Luiza. Fundada em São Paulo, em 1957, a rede varejista realizou a sua primeira aquisição em 1976, com a incorporação da rede Mercantil. Antes de fechar negócio com o Grupo Sílvio Santos, a compra mais recente havia sido a da rede de varejo Maia, com forte atuação na região Nordeste. “A compra do Baú está em linha com a estratégia do Magazine Luiza de reforçar os mercados onde já atua, especialmente na Grande São Paulo, além de ser uma oportunidade de ampliar o número de lojas virtuais no Paraná”, afirmou o diretor de Marketing e Vendas da rede, Frederico Trajano.

O setor de varejo vive de aquisições e expansão própria muito mais rápido que os outros setores, o dia em que isso parar, pode ter certeza que a rede estará com sérios problemas estratégicos.

Abs,

Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: Correio Braziliense

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