Tyson Foods, focada em proteínas de aves, quer crescer 53% até 2014

terça-feira, maio 22, 2012 Jony Lan 0 Comments

No ano passado, o lucro da empresa somou US$ 733 milhões.

Produção deve subir 53% até 2014; unidades industriais de Campo Mourão (PR), Itaiópolis e São José (SC) passam a trabalhar em dois turnos ainda neste ano.

Donnie Smith, CEO da Tyson Foods deu um importante sinal de que o apetite da companhia pelo mercado brasileiro pode estar de volta. Desde que desembarcou no Brasil, há pouco mais de três anos, a companhia, que chegou com a promessa de incomodar BRF e Seara, teve atuação tímida.

Agora, das três unidades da empresa no país, uma, a de Campo Mourão, no Paraná, passou a funcionar em dois turnos em fevereiro e outra, a Itaiópolis, em Santa Catarina, segue o mesmo caminho.

Esse pode ser considerado o ponto de partida de um plano estratégico da matriz, nos Estados Unidos, e que tem como meta ampliar a produção da subsidiária em 53% até 2014.

Hoje, o abate semanal é de 1,3 milhão de cabeças e deve chegar a dois milhões de cabeças de aves, dentro de dois anos. Além disso, a empresa, que atua no sul do país, prepara o terreno para reforçar operações no sudeste.

Por isso inaugurou, em 2011, o primeiro centro de distribuições fora da região Sul, em São João do Meriti (RJ). "Vamos acelerar o crescimento através de nossos negócios internacionais na China, Brasil, México e Índia", disse Donnie Smith, CEO da companhia, para investidores há poucos dias.

Referência global na venda de proteínas, sobretudo em aves, a Tyson, com receita de US$ 32 bilhões em 2011, chegou ao país por meio da aquisição de três pequenas empresas - Macedo, Frangobrás e Avita, todas do Sul.

No ano passado, abateu 40 milhões de cabeças de aves enquanto a BRF, primeira no ranking, alcançou 1,7 bilhão de cabeças, segundo dados do Avisite. Se alcançar a meta traçada para 2014, o indicador anual poderá chegar a 96 milhões de cabeças/ano.

Da produção total, 40% fica no mercado interno. Fora o interesse pelo consumidor brasileiro, há mais um motivo para ampliar o abate. Recentemente, as unidades de Campo Mourão e Itaiópolis foram habilitadas pelo governo federal para realizar exportações.

Cenário
Uma das explicações para a tímida atuação da Tyson no Brasil até hoje foi o efeito da desaceleração da economia nos EUA após a crise de 2008. Desde então, a companhia deve ter segurado investimentos, avaliou uma fonte desse setor.

Segundo o balanço financeiro global, a Tyson saiu de lucro líquido de US$ 268 milhões, em 2007, para prejuízo de US$ 551 milhões, em 2009. Mas se recuperou em 2010 e 2011. No ano passado, o lucro da empresa somou US$ 733 milhões.

Com mais recursos, além do aumento de produção, vendas e modernização das instalações, a Tyson vai reforçar, no Brasil, as linhas de produtos com maior valor agregado - estratégia utilizada por alguns concorrentes brasileiros, como Seara e JBS. Um dos primeiros alvos pode ser a de cortes temperados.

Abs,

Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: brasileconômico

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