Pesquisa | Produtividade das empresas familiares é baixa

terça-feira, outubro 26, 2010 Jony Lan 0 Comments

Nada menos do que 95% das empresas brasileiras são controladas por famílias, segundo levantamento da Fundação Dom Cabral. O problema é que elas ocupam apenas a 13ª colocação em um ranking de produtividade feito com companhias de 17 países. Segundo o estudo realizado por dois pesquisadores britânicos, o Brasil fica à frente apenas das empresas familiares situadas em países com economia ainda pouco estruturada, como China, Índia e Grécia.

Para melhorar a colocação no ranking, o único caminho para as empresas familiares é investir em boas práticas gerenciais. Uma delas é garantir aos melhores profissionais os cargos de comando, geralmente destinados ao filho mais velho.

“Empresas familiares, em geral, são mal geridas, principalmente quando o filho mais velho assume a direção”, acredita Naércio Menezes Filho, professor do Centro de Políticas Públicas do Insper e da FEA/USP. “Como são familiares, se dão ao luxo até de perderem dinheiro. Geralmente não têm acionistas, logo não prestam contas a ninguém”, afirma.

As empresas norte-americanas lideram o ranking de produtividade, seguidas de companhias da Alemanha, Japão, Suécia e Canadá. Para medir a produtividade, o estudo levou em consideração o monitoramento de resultados e a fixação e acompanhamento de metas e sistemas de incentivo. As brasileiras foram mal em todos os quesitos e, segundo os autores, apresentaram “práticas muito antiquadas de gestão”.

A falta de disciplina é um dos problemas a serem corrigidos, na avaliação de Elismar Álvares da Silva Campos, coordenadora do Núcleo de Governança Corporativa da Fundação Dom Cabral. “São empresários visionários, trabalhadores e inteligentes, mas sem uma formação executiva com a disciplina que os executivos costumam ter. Tomam decisões sem avaliar os riscos, e a nova direção, ao assumir o comando, segue na mesma direção”, resume.

O maior problema é que muitas empresas familiares possuem o "ar dos emergentes", acham que estão abafando, mas no fundo estão se afogando. A falta de disciplina, a falta de profissionalismo e a confusão das finanças pessoas com as da empresa são os principais problemas daqueles que crescem rapidamente. Depois disso, a falta de controle da gestão prejudica a eficiência e exclui a meritocracia. A falta de senso crítico no sentido positivo e o medo de agir diminuindo os riscos, deixa claro e transparente para qualquer um que trabalha em uma empresa familiar. É uma "fartura". Mas existem empresas familiares que já entenderam que profissionalização não é "morte" e que desapegar daquilo que não se tem competência é melhor e mais rentável. E você, trabalha em uma empresa familiar?

Abs,

Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: Valor Econômico

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