Métricas de Marketing | Bancos gastam até R$ 83 para ter receita de R$ 100
Dos grandes bancos, BB é o único que teve melhora da eficiência para a Austin.
Maior custo entre principais instituições é do Votorantim, segundo a Austin; mais eficiente é o Safra.
O ano que passou se mostrou difícil para os bancos na busca por mais eficiência. Com o objetivo comum de gastar cada vez menos e mesmo assim elevar os ganhos, as instituições tiveram que fazer um gerenciamento de contas para suprir as necessidade de investimento, concluir integrações e crescer.
Esses processos chegaram em alguns casos a afetar o índice de eficiência - relação entre despesas administrativas e as receitas com a operação - de algumas instituições. Levantamento da Austin Ratings sobre os 10 maiores bancos em volume de ativos do país mostra que apenas quatro conseguiram no ano passado alguma melhora de eficiência.
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"Com mais eficiência, maior é o potencial de se ter mais lucro", diz o analista da Austin, Luiz Miguel Santacreu.
A metodologia utilizada pela casa leva em conta as despesas de pessoal e administrativas em relação ao resultado bruto da intermediação financeira e as receitas com prestação de serviços.
Os números podem diferir dos apresentados pelos bancos porque, segundo a Austin, algumas instituições fazem ajustes relacionados a provisões ou despesas tributárias.
Um desses bancos é o Safra, o mais eficiente segundo o levantamento. Seu índice passou de 42,4% em 2010 para 40,2%, ou seja, o banco tem uma despesa de R$ 40,20 para cada R$ 100 em receitas.
No entanto, o número trabalhado pela própria instituição é ajustado, entre outros fatores, por despesas tributárias. Nesse caso, a eficiência passou de 45,5% para 50%.
Já a pior eficiência entre os 10 maiores, nas contas da Austin, é a do Votorantim, com um índice de 83,5% em 2011, ante 40,9% no ano anterior. No último exercício, o banco enfrentou um forte aumento da inadimplência e desaceleração no crédito, que afeta as receitas de intermediação.
Independente das razões que levaram à piora, assim como em uma indústria, uma das formas de melhorar a eficiência é o ganho de escala. "Aumento da escala permite produzir mais com um custo de produção unitário menor", explica o analista do setor bancário da Ágora Corretora, Aloísio Lemos.
E é o custo menor o que o Itaú Unibanco busca. O banco tem como meta alcançar até dezembro de 2013 um índice de eficiência de 41%, ou seja, a cada R$ 41 de gasto ter uma receita de R$ 100.
Essa melhora será conseguida basicamente com redução das despesas consideradas "desnecessárias" e sem afetar o crescimento do banco, segundo informou a analistas o presidente da instituição, Roberto Setúbal.
"Procuramos cortar e reduzir despesas desnecessárias e não as despesas que possam de alguma forma prejudicar a evolução do nosso resultado", disse.
O esforço do Itaú tem sido para a redução de despesas desde a área de comunicação a correios e viagens. Além disso, com o fim do processo de integração com o Unibanco, a instituição pode desativar alguns serviços que estavam duplicados.
O cálculo da instituição considera, entre outros fatores, as despesas tributárias, o que faz com que a eficiência tenha melhorado, de 49,1% para 47,7 %. Mas desconsiderando esses ajustes, como faz a Austin para comparar os bancos, o índice do Itaú passou de 48,6% em 2010 para 50,3% no ano passado. Ou seja, piorou.
Dos grandes bancos, o único que teve uma pequena melhora nessa metodologia de análise foi o Banco do Brasil, cujo índice melhorou 0,1 ponto percentual, para 59%.
Na avaliação de Santacreu, da Austin, a melhor forma de se buscar eficiência varia de acordo com o porte e área de atuação de cada banco. Para os grandes, o desafio é lidar com o gerenciamento de uma grande de rede agências.
"Já os bancos do nicho de consignado e financiamento de veículos têm o desafio de pagar as comissões. Se isso fica caro, a conta deles não fecha", compara.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: brasil econômico