China é o país que mais exporta tecnologia de ponta no mundo todo

quinta-feira, maio 06, 2010 Jony Lan 0 Comments

Enquanto o Brasil não investe em educação, a China investe mais em tecnologia que o Brasil e isso se reflete nas exportações dos dois países. Em 2008, o Brasil vendeu US$ 11,1 bilhões em produtos de alta tecnologia, o equivalente a 3% do que a China exportou desses itens para o mundo, no mesmo ano. O gigante asiático é o país que mais exporta tecnologia de ponta, com destaque para eletrônicos, ultrapassando Estados Unidos, Alemanha e Japão. Já o Brasil ocupa a 27ª posição, em um ranking de 42 países, conforme estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

"Não podemos nos iludir. Os produtos chineses deixaram de ser ruins. Hoje os iPhones e televisores de LCDs são feitos na China", destacou o diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.

O levantamento comparativo entre China e Brasil, feito pela entidade, aponta que as exportações de alta tecnologia respondiam por apenas 5,4% das vendas do Brasil em 2008. No mesmo ano, chegavam a 22,5% das vendas externas da China.

Os chineses são conhecidos como fabricantes de produtos intensivos em mão de obra como têxteis, calçados ou brinquedos. Mas as exportações de média-alta tecnologia (químicos, máquinas e carros) quase equivalem às vendas de baixa tecnologia.

Outro indicador relevante é que o valor por quilo exportado de produtos de alta tecnologia pela China quase triplicou em oito anos, saindo de US$ 22 em 2000 para US$ 63,56 em 2008. Isso significa que produtos cada vez mais sofisticados integram a pauta de exportação chinesa.

O secretário de desenvolvimento tecnológico e inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ronaldo Mota, destaca que os investimentos em inovação no Brasil tem crescido a um ritmo razoável, mas que o ideal é que atinjam 2% do PIB na próxima década. Desde 2000, estão estacionados em 1,1%. "Uma diferença importante é que em vários países o investimento em pesquisa e desenvolvimento é do setor privado, enquanto no Brasil ainda é predominante o setor público", disse Mota.

Carga tributária. Não é só o investimento em tecnologia que garante a competitividade chinesa. Outros tópicos também beneficiam o país asiático, como carga tributária baixa e previsibilidade no câmbio. Segundo o estudo da Fiesp, a carga tributária na China estava em 18,3% do PIB em 2008, enquanto no Brasil chegava a 35,8% naquele ano.

Segundo Roriz, diretor da Fiesp, esse conjunto de fatores ajuda a explicar a discrepância entre Brasil e China em investimentos e exportações. A participação chinesa nas exportações globais saiu de 7,58% em 1997 para 12,37% em 2008. No mesmo período, a fatia do Brasil no comércio mundial subiu apenas de 1,08% para 1,36%.

No Brasil
1,11% é a fatia do PIB aplicada em pesquisas e desenvolvimento em 2008

Na China
1,42% é a fatia do PIB investida em pesquisa e desenvolvimento em 2008

O problema no Brasil não é só o investimento em inovação, a falta de transferência tecnológica afeta em muito a evolução brasileira no cenário mundial em tecnologia, principalmente em termos proporcionais.

Abs,

Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: O Tempo

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