China é o país que mais exporta tecnologia de ponta no mundo todo

"Não podemos nos iludir. Os produtos chineses deixaram de ser ruins. Hoje os iPhones e televisores de LCDs são feitos na China", destacou o diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.
O levantamento comparativo entre China e Brasil, feito pela entidade, aponta que as exportações de alta tecnologia respondiam por apenas 5,4% das vendas do Brasil em 2008. No mesmo ano, chegavam a 22,5% das vendas externas da China.
Os chineses são conhecidos como fabricantes de produtos intensivos em mão de obra como têxteis, calçados ou brinquedos. Mas as exportações de média-alta tecnologia (químicos, máquinas e carros) quase equivalem às vendas de baixa tecnologia.
Outro indicador relevante é que o valor por quilo exportado de produtos de alta tecnologia pela China quase triplicou em oito anos, saindo de US$ 22 em 2000 para US$ 63,56 em 2008. Isso significa que produtos cada vez mais sofisticados integram a pauta de exportação chinesa.
O secretário de desenvolvimento tecnológico e inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ronaldo Mota, destaca que os investimentos em inovação no Brasil tem crescido a um ritmo razoável, mas que o ideal é que atinjam 2% do PIB na próxima década. Desde 2000, estão estacionados em 1,1%. "Uma diferença importante é que em vários países o investimento em pesquisa e desenvolvimento é do setor privado, enquanto no Brasil ainda é predominante o setor público", disse Mota.
Carga tributária. Não é só o investimento em tecnologia que garante a competitividade chinesa. Outros tópicos também beneficiam o país asiático, como carga tributária baixa e previsibilidade no câmbio. Segundo o estudo da Fiesp, a carga tributária na China estava em 18,3% do PIB em 2008, enquanto no Brasil chegava a 35,8% naquele ano.
Segundo Roriz, diretor da Fiesp, esse conjunto de fatores ajuda a explicar a discrepância entre Brasil e China em investimentos e exportações. A participação chinesa nas exportações globais saiu de 7,58% em 1997 para 12,37% em 2008. No mesmo período, a fatia do Brasil no comércio mundial subiu apenas de 1,08% para 1,36%.
No Brasil
1,11% é a fatia do PIB aplicada em pesquisas e desenvolvimento em 2008
Na China
1,42% é a fatia do PIB investida em pesquisa e desenvolvimento em 2008
O problema no Brasil não é só o investimento em inovação, a falta de transferência tecnológica afeta em muito a evolução brasileira no cenário mundial em tecnologia, principalmente em termos proporcionais.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: O Tempo