Planejamento de Marketing | Sony quer a classe emergente no Brasil e inicia pesquisa

sexta-feira, junho 17, 2011 Jony Lan 0 Comments

Qual a diferença de uma empresa de tecnologia brasileira e uma japonesa. A brasileira, na maioria das vezes, compra tecnologia.

Acostumada a vender produtos para consumidores das classes A e B, a companhia passou a pesquisar os hábitos de consumo das classes C e D. Para isso, cerca de 50 pesquisadores e engenheiros japoneses desembarcaram no País para estudar os gostos e o estilo de vida da chamada classe emergente brasileira.

O interesse da companhia tem um motivo muito simples: assim como em outros segmentos da economia, os consumidores das classes C e D estão ganhando relevância cada vez maior nas compras de eletrônicos no País. Entre 2010 e 2014, a estimativa da Sony é de que a participação passe dos atuais 63% para 72% do mercado total. A fatia das classes mais abastadas, por sua vez, terá uma queda de 37% para 28% no período.

Preços não devem cair
Segundo Ryuji Tsutsui, presidente da Sony no Brasil, a estratégia de atuar com mais força na classe C não significa que a empresa fará cortes nos preços de seus produtos. "Não vale a pena reduzir o preço de uma vez para aumentar as vendas", disse o executivo, 15/06, durante evento em São Paulo para apresentar o novo posicionamento da companhia e os produtos para 2011.

Nova campanha
A Sony planeja lançar, em três meses, uma campanha de marketing que terá participação de Rodrigo Faro, apresentador do programa "O Melhor do Brasil", voltado à classe C. Os detalhes do projeto não foram revelados. Mas o contrato com Faro é emblemático da mudança de posicionamento da fabricante japonesa: seu garoto-propaganda hoje é o jogador de futebol Kaká, que atua no Milan, da Itália.

Segundo Tsutsui, o objetivo da companhia é chegar a 2013 com o triplo do tamanho que tinha no ano fiscal 2009 (encerrado em março). Em 2010, a companhia apresentou um crescimento de 65% no Brasil, mais que o dobro do mercado nacional de eletrônicos. De acordo com o executivo, a expansão também foi a mais rápida entre todos os países onde a empresa atua no mundo.

O desempenho elevou o Brasil da 13ª para a 8ª posição entre os principais mercados da Sony. "Tivemos uma queda [de desempenho no País] por conta da crise entre 2008 e 2009, mas apresentamos a retomada mais rápida em 2010", disse o executivo. Em 2011, a expectativa de Tsutsui é manter o ritmo acelerado de crescimento: enquanto as projeções da indústria nacional de eletrônicos são de uma expansão de 21%, a Sony pretende crescer 48%.

Abs,

Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: Valor Econômico

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