Desafios em Marketing e Estratégia: Michael Jackson, Cacau Show, Coca-Cola, M&M, Bic

sexta-feira, junho 26, 2009 Jony Lan 0 Comments

Michael Jackson morre aos 50 anos, vai deixar uma fortuna em direitos autorais, vai vender mais que seu quase último show e engrossar a lista dos artistas que morreram que vão continuar faturando muito por muito tempo. Essa temática vai perpetuar por todo o ano de 2009, vai ter muita gente pensando em como aproveitar esse assunto. Mas assim como a geração de jovens de hoje não viu Ayrton Senna morrer, a nova geração do ano 2000 também não saberá quem foi Michael Jackson. Só que enquanto Ayrton Senna emocionava pelas corridas, Michael Jackson poderá ser acessado pelas formas que a música irá se transformar. Sem comparações desses ícones, apenas a diferença entre como a morte de Ayrton Senna foi explorada posteriormente e como será explorada a de Michael Jackson. Os LPs e CDs já começaram a acabar nas prateleiras do Brasil, imaginem o que poderá vir. A latinha ao lado não existe, foi apenas uma homenagem de um fã. Mas será que o fato acabará nas oportunidades? Acreditem, é ver para crer.

Já no mundo dos alimentos, o Brasil é hoje o quarto maior consumidor mundial de chocolate, atrás apenas dos Estados Unidos, da Alemanha e do Reino Unido. Marcas como Nestlé, Garoto e Lacta representam quase 90% das vendas do setor, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amêndoas e Balas (Abicab).

Dados são sempre bom para entender o mercado, a Cacau Show está crescendo mais de 35% ao ano nos últimos anos, enquanto o setor de chocolates cresce 12% ao ano (o dobro do mundial). Faturou 165 milhões de reais em 2008 e a previsão para 2009 supera os 200 milhões.

Uma empresa que tem uma taxa de crescimento de 35% ao ano possui no mínimo um diferencial e não estou falando de logotipo bonito, e sim um conjunto de diferenciais competitivos que proporcionam à Cacau Show uma taxa de crescimento nesse volume. Mas que fatores competitivos são esses? A reação do mercado já começou. Seu foco é a classe C e a CRM (controladora da Kopenhagen) lançou uma segunda marca em 2009, a Brasil Cacau, para disputar os consumidores da classe C, com preços muito próximos aos da Cacau Show. Os próximos passos serão decisivos para garantir o crescimento à taxas atuais. Estar sempre à frente será o desafio de decisão do curto prazo para continuar a garantir rentabilidades no longo prazo.

E como agregar valor aos produtos? Sair da mesmice e virar objetos de desejos? A Coca-Cola customizou suas garrafas Light com o designer Roberto Cavalli em 2008 para a Fashion Week de Milão e foram vendidas por 3 meses na Itália uma quantidade limitada dessas garrafas.

Mas a Coca-Cola é a Coca-Cola e usar o Cavalli está fora do seu budget? Use a idéia de explorar a marca em outros produtos. Foi pensando em como aproveitar a febre dos MP3s da vida e não sendo uma empresa de tecnologia que a M&M licenciou a sua marca para vender fones de ouvidos. Pode nem ter sido iniciativa da M&M, mas com certeza quem licenciou teve a grande idéia de usar a marca e o formato dos M&Ms. Chamam a atenção só de olhar e ainda parece que você vai comer M&Ms.

Já sei, você não desiste nunca e quer algo mais simples, mas não tem nenhuma marca famosa, não tem como pagar um artista famoso e licenciar a sua marca ainda está muito longe. Mas se tem uma idéia na cabeça, coloque ela em prática. Já dizia Schumpeter, inovação só é inovação se puder ser comercializada. Aprenda, quem faz inovação não é quem faz somente pesquisa. Quem faz inovação é quem transforma as idéias em algo comercializável. Pensando nisso, a empresa Athas resolveu usar o famoso design das canetas Bic e banhou elas à ouro 18 kilates, fez em aço, argentum e outros metais. Resultado, canetas jóias, diferentes e inovadoras (lembre-se da prerrogativa do conceito de inovação). Com tantos exemplos, dá para pensar em fazer algo diferente? Qual é o seu desafio? Já listou ele?

fontes: Dieline, Exame PME, Cleveland, Amazon.com, athas

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