Gol vende lanches à bordo

sexta-feira, junho 05, 2009 Jony Lan 0 Comments

Finalmente a Gol resolveu complementar a sua posição de companhia aérea econômica e resolveu acabar com as máximas de que as pessoas compram lanches e levam à bordo. Companhias aéreas do estilo "low fare" já cobram por lanches na Europa e EUA. Estrategicamente é uma questão de tempo até os passageiros se acostumarem e comprar lanches à bordo. Principalmente se o vôo for longo. Mas será que a Gol ainda continua como "low fare"?

Como viajei recentemente, pude comprovar que a opção está disponível muito mais do que a imprensa divulgou. E em primeira mão, segue o cardápio da Gol. Como um cardápio daqueles de cafés ou de uma lanchonete de aeroporto, com o básico do básico.

Os preços aparentemente foram pensados em questão de troco, primeiro porque não tem centavos, segundo porque a Gol informa que você pode comprar com dinheiro ou cartão de crédito. Quem puder testar esse serviço, ou tiver coragem, comente depois. Alguém da Cia ainda cai incluir isso na hora da compra da passagem, acreditem.

Os Combos custam R$ 12,00 ou R$ 15,00. As bebidas com preços de barzinhos da balada, custam no mínimo R$ 3,00. O cafezinho sai exatamente R$ 3,00 e advinhem quanto custa uma água de 300ml? Os mesmos R$ 3,00. Quer uma cerveja lata? Só R$ 5,00 (será que têm Bohemia?). Os sanduíches são ao melhor estilo Subway e lanchonetes de sanduíches da Europa, ou seja, Pão e Frios. Mas calma, custa só R$ 10,00 e você ainda pode beliscar aquela castanha por R$ 3,00.

Realmente se o lanche for tudo isso da foto, dá vontade de comer. Já os preços, não são lá econômicos. Isso abre duas questões: a primeira é de que estrategicamente, será que a Gol irá lucrar com isso ou é apenas mais uma opção à mais para os passageiros que reclamam que a Gol não tem lanche? Já a segunda é, se custa isso tudo, que tal começar a pedir um repeteco para as outras companhias. Proporcionalmente você irá fazer o raciocínio de quanto custaria servir um filé com fritas em pleno vôo e começa a perceber que as vezes, a outra companhia aérea que não tem muita diferença de preço (mas a Gol não é 'low fare'), não está tão cara assim, afinal lá você toma cerveja, come e ainda de quebra lhe servem balinhas, sem que precise pagar com cartão de crédito em pleno vôo ou ter o incomodo de ter que pegar a carteira no bagageiro, pagar e comer seu lanche em um vôo lotado, apertado e que qualquer movimento em falso você já bate a cabeça na poltrona da frente.

Mas pensando como profissionais que somos, esse movimento é ótimo, resta saber se os clientes vão aderir à esse serviço, se não vão questionar a competência da Gol em servir lanches, será que vão comparar a um Mcdonalds? Podemos sugerir à Gol a introdução um cardápio menos óbvio, como nuggets, ou fazer um acordo com a própria Subway para os seus lanches. Pelo menos os passageiros saberão que não é a Gol, mas uma outra empresa que está "servindo". Já pensou nos Junk Foods? Um Burguer King vendendo dentro do avião com refil de refrigerante ? Parece piada, mas depois dessa estratégia, tudo é possível. Se for para ganhar dinheiro, a Gol deveria acelerar a introdução dos telefones celulares ativados por cartões de crédito para falar em pleno vôo nas rotas nacionais.

Vamos ao teste de estress:
Preço? O mesmo das lanchonetes dos aeroportos. Mas lá tem espaço e você não corre o risco de derrubar o que pagou.
Produto? Poderia ser melhor, afinal você está pagando.
Apresentação? Será que o produto é igual ao da foto ou será a famosa ilusão de ótica?
Promoção? Um combo por R$ 15 reais e não vêm nem a batata frita? Está mais caro que os lanchinhos do Hotel.
Logística? Cobrar, pagar, servir, comer, se você não tiver o dinheiro separado no seu bolso, vai ficar sem lanche.
Conveniência? Boa, mas será que vão realmente transformar o avião em uma lanchonete?
Clientes? Em uma pequena pesquisa que fiz, alguns gostaram, mas a maioria não gostou da idéia. outros questionaram se realmente a Gol ainda é "low fare".
Concorrência? Já estão usando a estratégia da Gol à seu favor.
Comunicação? Falam rapidamente no vôo, que só não passa desapercebido quando o passageiro vê que não tem só revista no porta treco do banco à frente, também tem o cardápio de comidas.
Dúvida? Se estamos pagando, podemos fazer o pedido antes de servirem? E aos que gostam de pegar "notinhas" para reembolso, como a Gol irá solucionar isso? Será que isso é sonegação fiscal? Xiiii

O importante é que o serviço de bordo brasileiro está com o seu portifólio completo agora, tem de tudo, basta escolher por qual quer voar.

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