Como vender lixo a 100 dólares

domingo, agosto 02, 2009 Jony Lan 0 Comments

Estamos vivendo a era do lixo, é tanto que reciclar se tornou um fato necessário.

Números
Em 1995, o Brasil produzia 100 mil toneladas por dia. Em 2001, só a cidade de são Paulo produzia 13,8 mil toneladas de lixo por dia, segundo dados da Limpurb – 92% vão para dois grandes aterros, enquanto 7% seguem para incineradores e apenas 1% é reciclado.

Só Nova York produzia 80 mil toneladas em 2001, sendo 40% reciclado. O Japão reciclava 50%. Segundo dados atuais, o Brasil produz anualmente 210 mil toneladas de plástico filme, a matéria-prima dos saquinhos plásticos, o que representa cerca de 10% do lixo do país.

Oportunidade
Mas o que isso tudo demonstra? Um cenário excelente para oportunidades. Japão e Europa não têm espaço para guardar lixo, o Brasil é imenso. E enquanto a reciclagem até que gera uma indústria interessante, inclusive na arte, Justin Gignac de Nova York resolveu criar brindes ou melhor, souvenires com lixo das ruas de Nova York.

Enquanto os catadores de lixo penam por ganhar centavos por quilos de lixo recolhido na cidade, Justin recicla passes de metrô, bilhetes de loteria, cigarros, ingressos de peças, latas de refrigerante amassados, papéis, sacos de salgadinhos vazios, garfos plásticos, etc, desde que não cheire e nem solte líquidos. Tudo é despejado em um cubo plástico que é selado, numerado, assinado, datado e enviado ao comprador com o nome de "NYCGarbage Cube ".

Os modelos originais custam "míseros" 50 dólares, e as novas versões, 100 dólares. E ele ainda despacha para qualquer lugar do mundo sem cobrar nada por isso. Incrível não? Simplesmente criou o mercado premium de lixos!

Por que virou um negócio? Ele criou:
- Uma marca: NYC Garbage Cube
- Um conceito: Lixo de Nova York que não cheira dentro de um cubo
- Um novo segmento: Lixo premium
- Um novo jeito de fazer arte: Qualquer lixo dentro de um cubo
- Uma novo souvenir para turistas: Lixo de Nova York
- Um preço: de 50 a 100 dólares
- Uma logística: Envia para qualquer lugar no planeta
- Um e-commerce: Vende pela internet e outros pontos de venda
- Uma comunicação: O tema inusitado com assessoria de imprensa e cobertura dos principais editoriais.
- Uma inovação: Juntou a idéia de arte + souvenir + grife de Nova York + Lixo e o mais impressionante, vendeu mais de 1000 cubos. Realmente é uma inovação no mundo do lixo.
- Enfim, um novo produto: A caixa é única, pois contém lixos diferentes, selecionados que não fede ou apodrece.

E tem mais, o mundo produz por ano 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico, 40% desse total na forma de eletrodomésticos. O Brasil fabrica anualmente 10 milhões de computadores, 15 bilhões de caixas longa vida, 18 bilhões de embalagens PET e quase nada é reciclado. Somente celulares e suas baterias somam mais de 150 milhões nas mãos dos brasileiros e mais 80 milhões entram no mercado a cada ano. Justin já criou uma nova forma de vender lixo e os brasileiros, o que vão criar? Será que os empreendedores e criativos brasileiros vão ficar só nas propagandas?

Fontes: Super, Super1, Terra, iParaiba

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