Barraquinhas de praia no Rio já vendem pelo celular

segunda-feira, agosto 31, 2009 Jony Lan 0 Comments

Você vai à praia, vai que nem "pobre", só um pouco de dinheiro e quase pelado. Como vender mais se o banhista não tem mais dinheiro? Eis a solução, vender com celular. Afinal, as pessoas andam coladas no celular, não? Vai de sunga pra praia, mas o celular vai na mão.

Tendo esse cenário nas mãos, foi lançado a Rede Ello Empreendedor, que envolverá, até o final de 2010, 2.000 ambulantes que trabalham entre as praias do Leme e até o Pontal da Barra no Rio de Janeiro.

A iniciativa do Sebrae/RJ está em fase piloto e já conta com 50 ambulantes. Na Rede Ello Empreendedor, lançado em julho último, os clientes cadastrados pagam suas contas nas barracas utilizando o celular. O projeto também tem a parceria da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Pesquisa
“Pesquisamos todo o universo que envolve a economia desses barraqueiros. Vimos como eles vivem, como vendem, como compram, quem são seus fornecedores”, diz o Amauy Cabral, da Neuralnet, responsável pela plataforma tecnológica do projeto, que apresentou o projeto durante o ‘Momento Sebrae’, no Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor – C4 2009, em São Paulo. O C4 é o maior evento latino-americano na área de cartões de crédito e crédito direto ao consumidor.

A pesquisa descobriu, segundo ele, que o tempo médio de vida daqueles negócios fica em torno de 10 anos; que o faturamento mensal é de cerca de R$ 10 mil e a principal fonte de abastecimento são os supermercados e os distribuidores.

Do lado do cliente, a pesquisa mostrou uma relação de amizade e confiança entre o barraqueiro e o cliente. “Descobrimos que os clientes freqüentam sempre a mesma barraca. O barraqueiro guarda celular, cartão de crédito e até toma conta dos filhos dos clientes”, disse o especialista.

O problema, afirma, é que o cliente tem seus gastos limitados pela quantidade de dinheiro que traz para a praia. Sentem-se inseguros em levar cartão de crédito e têm medo de levar muito dinheiro. Já os fornecedores vêem à praia como um grande elemento de escoamento de produtos, mas não concedem vender diretamente e não dão prazo de pagamento, já que a maioria dos barraqueiros tem apenas, como formalização, uma licença da prefeitura.

O objetivo da Rede Ello é aumentar o faturamento das barracas entre 20% e 30%, reduzir os custos dos barraqueiros, facilitar o acesso ao crédito e reduzir a informalidade. “Os barraqueiros do piloto farão um primeiro módulo de cursos do Sebrae. Queremos que eles se descubram como empresários e principalmente que entendam que a situação econômica deles irá mudar. Começarão a receber em 30 dias e terão um fluxo de caixa controlado”, diz Amaury Cabral.

Outro objetivo do projeto é expandir a automação para as demais micro e pequenas empresas do Estado do Rio de Janeiro, principalmente as regiões onde está sendo implementado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Para saber mais sobre a Rede Ello Empreendedor, basta acessar o site http://www.elloempreendedor.com.br

Fonte: ASN

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