De centavos a reais, mesmo proibido, empresas ganham milhões com cobrança indevida

sexta-feira, julho 17, 2009 Jony Lan 0 Comments

Não é sobre definição de preços, mas são as taxas cobradas em boletos que ajudam a enriquecer as empresas. Pelo menos é assim que entende o Procon de São Paulo. A taxa de emissão de boletos é proibida, mas muitos resolveram trocar apenas o nome: custo de cobrança, boleto bancário, despesa de entrega alternativa de faturas, itens financeiros.

O disfarce é para esconder o que não poderia mais aparecer em conta nenhuma. A tal taxa é abusiva, alerta Roberto Pfeiffer, diretor do Procon de São Paulo. “É um custo que não pode ser repassado ao consumidor, cabe exclusivamente à empresa arcar com ele”.

É uma determinação tanto do Banco Central, quanto do Ministério da Justiça. Mas muitas empresas insistem em cobrar o que não podem. Em São Paulo, as financeiras são as que mais fazem isso. Elas lideram as queixas no Procon.

As taxas variam de R$ 3 a R$ 5, e mesmo que fossem centavos, o montante disso é uma montanha de dinheiro. O mais engraçado é a falta de integração nos processos. Pois se você emitir um boleto plea internet, o valor pago será o mesmo. Algumas estão até embutindo o valor no próprio serviço.

Apesar da reclamação dos consumidores, as empresas acabam embutindo os custos do boleto em seus serviços, maqueando e burlando a proibição das taxas. Melhor seria se elas não fossem discriminadas, pois os custos são claros e a cobrança será feita. Há tantas taxas que se um brasileiro de classe média que mora sozinho, calcular quando de taxas ele acaba pagando, vai se surpreender. Mas a falta de sintonia nos processos das empresas são tão grandes que alguns SACs não possuem no seu script uma solução para o problema. É o famoso, SPP (se pegar pegou). Quem paga o pato é o consumidor. As empresas que cometem essas infrações deveriam ser mais transparentes para que esse tipo de reclamação não desgastasse a imagem, os serviços e a credibilidade delas. Mas será uma briga sem fim, o pior é que quem paga é que tem que brigar por seus direitos. Como evitar isso? Cada empresa deveria pensar e solucionar em um processo simples e fácil.

Fonte: Jornal Hoje

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